Durante os diversos projetos de auditoria e consultoria trabalhista que conduzimos ao longo dos anos, ao identificarmos as inconformidades, procuramos também encontrar assuas causas, visando atuar nas “raízes dos problemas”, e, por consequência, auxiliar a solucioná-los.
Ao questionarmos os líderes das áreas auditadas, com assustadora frequência, ouvimos, dentre outras, as seguintes justificativas:
- “Mas sempre foi assim…!!”
- “Quando cheguei já era assim…”
- “Nunca ninguém reclamou…!”
- “Já tive várias fiscalizações e não fomos autuados…”
De uma hora para outra, aparece um tal de Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e seus soldados (eSocial, EFD-Reinf, DCTF Web, SERO, etc), que nada mais fizeram do que implementar um processo organizacional orientado a dados (“data driven”), na esfera governamental, para garantia de direitos, fiscalização eletrônica e arrecadação, incluindo travas e avisos para prevenir erros na origem da informação.
Ao depararem-se com os avisos e erros na transmissão das informações, os profissionais e empresários passaram a perceber que as justificativas anteriormente citadas não mais seriam suficientes para “manter as coisas no lugar”.
- “Mas o que aconteceu afinal?”
- “As Leis mudaram?”
- NÃO!
“Simplesmente” áreas do governo que pouco se conversavam, como o Ministério do Trabalho, Receita Federal e INSS, passaram a atuar em conjunto, unificar e racionalizar processos, culminando no Governo Digital, cujo processo (de Estado e não de Governo), alçou o Brasil à 7ª posição neste ranking, segundo o Banco Mundial.
Na outra ponta desse caminho digital, já ouvimos também que, com tamanha informatização, em breve, os departamentos de RH, tributos, entre outros vão deixar de existir, afinal, está tudo automatizado mesmo, não é?!
Calma lá! Nem 8, nem 80!
Sem dúvida, parado ninguém deve ficar, e, além de procurar trabalhar cada vez mais integrado com outras áreas da empresa, o RH e todas as áreas organizacionais, precisam cada vez mais incorporar o conceito de “Data Driven” em seus processos de gestão, assim como o Governo Digital vem fazendo.
Esse termo em inglês é utilizado para dar nome a uma metodologia utilizada para nortear a tomada de decisão e o planejamento estratégico na coleta e na análise de informações, e não em intuições ou simples experiências.
A adoção dessa metodologia permite às organizações terem uma ideia mais precisa do seu negócio, de modo a garantir maior capacidade de aproveitamento de oportunidades e de antecipação de tendências e problemas.
Para isso, ferramentas devem coletar dados de diversas fontes, tanto internas quanto externas, para que, o cruzamento entre elas ofereça um panorama mais claro do mercado – clientes, produtos, concorrentes, fornecedores e conjuntura – e da própria organização para que os gestores possam agir.
Portanto, em tempos de fiscalização eletrônica, automatizar seus processos é condição básica para uma gestão eficiente e preventiva.
Mas de nada adianta automatizar, uma vez que você, profissional de gestão de pessoas e de fornecedores, precisa se capacitar continuamente para interpretar os dados gerados pela automação, e agir com base em seus indicadores.
Sendo assim, não fique na defensiva, justificando a perpetuação de problemas dizendo “mas sempre foi assim….”
Questione-se…“Por que sempre foi assim?”
E tome a atitude de envolver todos os recursos disponíveis para a construção coletiva das soluções!
Sucesso sempre!!